Prédios começam a adotar corte de gás.
Para gerar economia de 15% a 20% em despesas do condomínio, os síndicos optam não só pela instalação de medidores individuais de água mas também de gás.
No caso deste insumo, o equipamento é usado para reduzir a inadimplência e uma distribuidora (que pediu para não ser identificada) corta o fornecimento de quem não paga a conta. O corte de água não pode ser legalmente adotado, mas o de gás sim.
Em um ano e meio, esse sistema, que custa cerca de R$ 750 por apartamento, foi colocado em cerca de 20 condomínios da cidade, segundo a Blockar do Brasil, que faz a instalação. Mas a distribuidora de gás quer implantá-lo em mais 300 nos próximos dois anos. A conta é enviada individualmente para cada morador.
O condomínio do gerente comercial Marcos Jordão, 39, recebeu o medidor individual de gás há pouco mais de um ano. O sistema fez com que a inadimplência caísse de cinco apartamentos para um. "Quem tem o imóvel fechado e não consume me agradeceu, e quem não paga fica sem gás."
O custo de um sistema de medição individual de água ou de gás ainda assusta compradores e sua instalação só é viável em edifícios novos, que tenham até sete anos.
As maiores administradoras identificam crescimento na procura. "Em 2004, foi colocado em 12 dos 280 condomínios que administramos", diz Nathalie Gretillat, 28, gerente ambiental da Hubert. Mas nem todo pedido de orçamento se transforma em implantação. "Muitos síndicos pedem, mas depois percebem que o valor é mais alto do que imaginavam ", conta Gretillat.
"Não é todo prédio que pode bancar o equipamento, mas percebemos que os condomínios de classes B e C começaram a instalá-lo neste ano, o que não acontecia. Só era pedido pela classe A."
Economia de 18%
A instalação de medidores individuais de água está condicionada à estrutura do edifício. "A média de custo, por apartamento, é de R$ 300 a R$ 500", dimensiona Luís Ramalho, 35, diretor da administradora Itambé.
A economia chega a 35% no consumo de água e a 18% no de gás. Segundo administradoras, moradores racionalizam o consumo quando cada um passa a pagar pelo que usa. Em prédios antigos, o sistema se torna inviável porque há muitas prumadas por onde passa água, o que exigiria a instalação de medidores em cada uma delas. "O custo seria proibitivo", diz Patrícia Rodrigues, diretora da Blockar do Brasil.
Há dois tipos de sistema disponíveis. O mais simples custa de R$ 300 a R$ 500 e o zelador ou porteiro percorre todo o condomínio para anotar o consumo de cada apartamento. O mais moderno faz o rateio automaticamente, e os dados são transmitidos por rede de telefonia celular.
"O consumo de um determinado morador pode ser medido a qualquer momento", explica Domingos Iorio, 51, diretor de marketing e produto da CAS Tecnologia, que desenvolveu o sistema. Com a instalação de uma válvula chamada solenóide, ele interrompe o fornecimento de gás para os inadimplentes.