Ficar preso no elevador não é uma situação confortável e pode ser até desesperadora para quem tem claustrofobia e entra em pânico quando o aparelho emperra. Chegar em casa com as compras e encontrar o elevador quebrado altera o humor de muitas pessoas. Por isso, defeitos nos elevadores são reclamações constantes de condôminos. Uma manutenção preventiva eficaz pode evitar este tipo de transtorno.
O diretor de uma empresa de manutenção e conservação de elevadores, Ricardo Rodrigues, que está há 16 anos no mercado, comenta que qualquer tipo de barulho já é índice de problemas.
Se a lubrificação nas guias não for feita, por exemplo, o elevador começa a apresentar ruídos. A falta de ajuste no limitador de velocidade pode fazer com que o elevador se auto-desligue. “De tanto se movimentar ele sai da posição e pára na parede”, explica.
Portas mais lentas é sinal de falta de regulagem. Outro item que gera defeito é a sujeira na casa de máquinas. Uma simples sacolinha de plástico jogada no poço do elevador pode levar alguém a ficar preso.
Quando o elevador está parando muito, deve ser realizada uma investigação. Um técnico monta um plantão para acompanhar o funcionamento e detectar o defeito. “Ele vai checar a linha de segurança. Muitas vezes o zelador chama a assistência e quando chegamos ao local ele já voltou a funcionar, aí não se consegue identificar a causa”, comenta Rodrigues.
A manutenção preventiva num prédio de dois elevadores sai em média R$ 300 a R$ 450 mensais, incluindo a visita mês e o atendimento de chamadas 24 horas.
Mensalmente devem ser verificados os itens de segurança e de perfomance, como o nivelamento da cabine e se o elevador está trepidando. Deve ser realizada também a manutenção semestral, onde são checados a estrutura e todos os comandos.
A empresa de manutenção também irá prestar consultoria na escolha de equipamentos que possam promover economia de energia.
“O retorno automático que em muitos condomínios colocam para aumentar a comodidade e programa o elevador para ficar sempre em algum andar, aumenta o gasto energético”, ressalta o diretor.
Já o comando dúplex, programa para que apenas um elevador atenda ao chamado. Isso impede que os dois elevadores se desloquem para atender a um mesmo andar. “Há uma economia de pelo menos 30% de energia”, ressalta Rodrigues. Elevador novo nem sempre é sinal de tranqüilidade. Às vezes há falhas de implantação que podem provocar problemas. “Já atendemos casos em que na montagem uma das ligações foi invertida e por conta disso às vezes a placa travava”, cita.
ANTIGOS
Modernização traz economia de energia
A idade dos elevadores do edifício em que seu Luiz Carlos Prado é síndico começou a pesar no orçamento do condomínio.
“O elevador tem 22 anos e já estava desgastado. Várias peças estavam sendo trocadas e muitos moradores ficavam presos”, conta Prado.
A solução para economizar e proporcionar mais conforto aos condôminos foi modernizar o equipamento. O comando, antes mecânico, foi trocado por um eletrônico, os corredores receberam indicador de andar e nas cabines foram colocados sensores de presença.
“O sistema moderno trouxe cerca de 40% de economia de energia para o condomínio”, fala.
Como o prédio tem muitas pessoas idosas e também com deficiência foi adicionado o sistema braile nos botões de chamada das cabines.
“Também colocamos luz de emergência e telefone. Antes se o elevador parasse a pessoa ficava presa no escuro”, comenta.
Mas as mudanças não ficaram restritas à parte estrutural. O piso e o teto receberam novos revestimentos.
“Além da melhoria estética, agora eles estão em pleno funcionamento. A manutenção tem sido feita apenas nas portas”, avalia Prado.
DICAS
Atitudes ajudam a prevenir problemas
Não tente economizar no orçamento do condomínio cortando a manutenção e conservação dos elevadores.
- Não deixe que pessoas mexam nos equipamentos dos elevadores, somente a firma contratada está autorizada. Porteiros e zeladores não são técnicos.
- Evite infiltração de água durante a lavagem do hall do elevador.
- Não guarde objetos na casa de máquinas.
- Avise aos moradores para não jogarem lixo e objetos no fosso.
- Nunca ultrapasse a capacidade do elevador
- Informe que o botão não deve ser apertado várias vezes, pode quebrar o sistema de mola interno.
- O sistema de mola interno pode quebrar se o morador ficar apertando o botão várias vezes, por isso é melhor alertar os usuários.
- Alerte as crianças para não ficarem pulando nos elevadores, porque o equipamento é programado parar caso seja detectado algo diferente. Logo a criança poderá ficar presa no elevador.
- A chave de emergência só deve ser entregue a pessoas capacitadas.
“Se o porteiro não travar direito a porta de um outro pavimento, alguém pode abri-la e cair no poço”, alerta Rodrigues.
VALESKA MATEUS