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Seguranças tomam o lugar de porteiros em condomínios.

Quando se fala em prédios, é difícil não imaginar logo em seguida a figura do porteiro. Mas, por contenção de custos ou para reforçar a segurança do condomínio, sua cadeira cativa na guarita começa a ser ameaçada.

Em um ano marcado pela ameaça de arrastões em edifícios de alto padrão, cresceu a contratação de vigias treinados por empresas de segurança, dizem duas das maiores empresas do ramo.

Na Haganá, o número de condomínios que contrataram os serviços de segurança cresceu 30% neste ano em relação a 2004. "No setor, o aumento foi de 15% a 20%", estima José Antonio Caetano, 43, diretor comercial.
Os números da Fort Knox mostram variação maior: até setembro, a carteira de residenciais ficou 75% maior em comparação com o mesmo período de 2004.

São profissionais que começam a rondar a guarita. Segundo a Haganá, 70% dos condomínios que a contratam trocam o porteiro pelos seguranças. Na outra ponta, o Sindifícios (Sindicato dos Empregados de Edifícios de São Paulo) não sente que aumentaram as demissões de porteiros. Segundo o presidente Paulo Roberto Ferrari, 46, o número de dispensas mensais de porteiros em prédios e em condomínios caiu de 600 para 250 nos últimos cinco anos.

Sem porteiro

Por outro lado, existem prédios que dispensam o porteiro para reduzir o custo do condomínio. São geralmente de médio e baixo padrões, mas também sentem a ameaça de assaltos.

"Aqui, assalto já virou rotina", conta um zelador do bairro do Paraíso (zona sul), de condomínio sem porteiro, que não quis se identificar. No prédio em que mora a analista de sistemas Glaucia Pelaquin, 34, não há porteiro nem zelador. Ela conta que achou seu apartamento vazio ao chegar em casa, após longo dia de trabalho.

"O que mais me intriga é o fato de ter acontecido durante o dia. Dois carros pararam e levaram tudo", relembra Pelaquin.

O síndico Flávio Stefani, 41, teve o apartamento arrombado em um prédio sem porteiro nem sistema de segurança. Mesmo assim, continua cético quanto à contratação de um funcionário. "Pode facilitar a entrada do marginal."

Segurança eletrônica

Um modo de proteger o prédio quando não se pode contar com um porteiro é recorrer a aparatos eletrônicos de segurança.

O engenheiro e técnico da HDL (www.hdl.com.br) Ronaldo Piassaroli, 41, aponta o porteiro eletrônico (comunicação por interfone) como boa saída.
O videoporteiro é mais caro, mas permite melhor identificação de quem toca a campainha. Como complementos, especialistas indicam fechadura elétrica para o portão social e portão automático com controle remoto. Piassaroli diz ser indispensável um sistema com câmeras e TV.

"Um sistema de câmeras e TV sem gravação não adianta nada", alerta. Ele cita ainda o sistema de antena coletiva, no qual todos os apartamentos ficam conectados à antena do condomínio e podem ver o que acontece na portaria.

No entanto, segundo as próprias fornecedoras de sistemas eletrônicos, o porteiro é imprescindível. Para elas, nada substitui a intuição e os olhos do profissional. Uma opção é contratar porteiros treinados em hábitos de segurança.
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