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Prédios de Bonfim podem ser tombados.

O distrito de Bonfim Paulista, detentor das mais valorizadas terras urbanas de Ribeirão Preto, está cercada por condomínios horizontais fechados de alto e médio padrão. Um dos maiores empreendimentos do segmento anunciado para a cidade, o condomínio Alphaville, será construído no distrito, numa área maior que a do próprio núcleo urbano, garantem técnicos do Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural), órgão do município responsável pelos processos de tombamento de sítios históricos.

Em meio à especulação imobiliária, que tenta avançar para o centro do núcleo urbano, está em andamento um processo que pode resultar no tombamento do conjunto arquitetônico de Bonfim Paulista, composto por 76 prédios antigos, construídos na segunda metade do século XIX e início do século passado.

Entre esses prédios, está a casa de Francisco Bonfim, fazendeiro que adquiriu as terras que deram origem à Vila Gaturamo, nome concedido ao que é hoje o núcleo urbano do distrito. Na casa, ainda moram os descendentes do fundador de Bonfim Paulista.

Estilo colonial

“São construções que remontam ao estilo colonial português e, portanto, precedem o estilo eclético implantado na cidade pelos barões do café”, explica o presidente do Conppac, Cláudio Henrique Bauso.

Para Bauso, a preservação dos prédios históricos vai manter de pé a história de Bonfim Paulista e guardar o que ainda resta do estilo colonial português. “Uma coisa rara de se ver em Ribeirão Preto, onde os barões do café fizeram a grande primeira transfiguração urbana da cidade”.

Museu

Entre as iniciativas de preservação, está a de Leopoldo Lima, filho homônimo de um dos mais importantes artistas da cidade. Ele adquiriu o prédio construído no início do século passado para montar o Museu da Construção Civil.

O prédio foi projetado em 1898, pelo arquiteto Victor Dubogras. Só foi erguido em 1903.


Processo requer inclusive estudo jurídico


O tombamento do conjunto arquitetônico de Bonfim Paulista, com 76 prédios antigos, está em andamento no Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural). O corpo técnico do órgão, vinculado à Secretaria de Cultura do município, já concluiu o levantamento histórico do lugar com pesquisas de campo e no Arquivo Público de Ribeirão Preto. A avaliação jurídica também foi concluída.

O processo agora está em fase de avaliação das construções, materiais e técnicas construtivas. Também está em estudo a identificação do conjunto na planta urbana do distrito.

Depois de tudo isto, haverá o parecer jurídico final. Após a conclusão do processo, seguirá para o prefeito de Ribeirão Preto, Welson Gasparini, assinar o decreto tombando o local.

Gabarito - Ao final, os elementos a serem tombados podem ser o telhado, as fachadas e o gabarito, que é a altura das construções. Segundo Cláudio Henrique Bauso, presidente do Conppac, depois do tombamento na esfera do município, haverá um outro processo para tombamento no IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

“Com o tombamento pelo IPHAN, ficará muito mais fácil conseguir investimentos. Um tombamento em nível federal dá muito mais credibilidade e visibilidade”, analisa.


Ferraz Jr.    Colaboração para A CIDADE

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