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Mobilização auxilia futuros moradores.







foto: JF PIMENTA
Você acaba de comprar uma casa em um condomínio que só será entregue daqui a seis meses? Ou comprou um terreno em um loteamento? Incorporar o espírito de condômino antes mesmo de se mudar é fundamental.
A conscientização dos proprietários para participar desde a instituição do condomínio deve partir da construtora. As maiores já tratam o assunto como um diferencial no pós-venda. “A empresa deve convocar todos os proprietários a participarem da assembléia de instituição”, diz Marcelo Duarte, diretor do Grupo Sigecon Condomínios e membro do setor de condomínios do Secovi-SP.
Segundo o diretor, a assembléia deve ser realizada assim que forem entregues as primeiras chaves. “Nessa primeira reunião são expostas as regras de convivência da convenção, aborda-se a legislação e o cálculo da taxa de condomínio”, comenta.
Nela também se elege o síndico e se inscreve o condomínio na Receita Federal.
“Só a partir de então o condomínio terá o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e poderá abrir conta bancária, passo essencial para a contratação de serviços”, explica Duarte.
Atrasar este processo pode pesar no bolso na hora de pagar a taxa condominial. “A conta de água utilizada pela construtora é comercial. Quando se institui o CNPJ, ela se torna residencial que é mais barata”, compara. Ou seja, economia é para todos, já que a conta de água é o segundo item que mais onera a fatura de condomínio.

Elegendo o síndico
Quando ainda nem se conhecem, eleger um síndico acaba não sendo uma tarefa muito fácil para os futuros moradores. O jeito é apelar para o bom senso e tentar avaliar alguns critérios. O diretor aconselha que se eleja alguém que já possua experiência anterior na função ou pelo menos como conselheiro.
“A capacidade de gerenciar conflitos e o comprometimento com as regras estabelecidas são características essenciais para quem vai exercer este cargo”, alerta Duarte.
O advogado Diego Luiz Pereira acaba de ser eleito síndico do condomínio de RP em que vai morar em breve. Na opinião dele, a participação na primeira assembléia é de extrema importância. “Este momento é essencial para que não haja polêmicas em relação a taxa de condomínio.
A assembléia é uma oportunidade de discutir os valores e em que serão empregados”, comenta.
Pereira ressalta que as pessoas omissas acabam sofrendo os efeitos de não terem participado das decisões iniciais.

Adaptação
Ficar atento à convenção condominial pré-estabelecida pela construtora pode evitar problemas na hora de se mudar para sua nova e sonhada residência. Segundo Duarte, algumas pessoas não agem desta forma e acabam não se adaptando às regras estabelecidas.
“Essa atitude é importante para a pessoa verificar se a convenção se adapta ao seu estilo de vida e às suas expectativas de moradia”, explica.
Se você tem familiares que moram em outras cidades e que o visitam sempre, é bom checar se eles poderão estacionar dentro do condomínio. “A depender do condomínio, não é permitida a entrada de carros de visitantes”, alerta Duarte.
Outros tópicos que costumam gerar descontentamento são o horário de silêncio estabelecido e o uso das áreas comuns.
Duarte comenta que os problemas mais comuns na convivência dos condôminos são os três “cês”: carro, criança e cachorro.
A presença de animais nas áreas comuns já está prevista na minuta inicial.
Por isso, não adianta se mudar com seus dois filhotes na esperança deles terão espaço se a convenção não permite isso.

DICAS
Desconhecimento de regras gera conflito

“Às vezes a pessoa tem uma surpresa por não ter se atentado às regras. É daí que surgem os primeiros conflitos na vida comunitária no condomínio”, diz Marcelo Duarte, diretor do Grupo Sigecon Condomínios e membro do setor de condomínios do Secovi-SP.
E não fique na esperança de que vai convencer alguns moradores e conseguir mudar as normas.
Não é um processo fácil. Para isso é necessária uma assembléia com participação de 2/3 dos moradores ou proprietários.
“A leitura da convenção deve sempre anteceder à compra do imóvel”, alerta Duarte.
Duarte ressalta que a parceria entre a construtora e uma empresa administradora de condomínios ainda na fase de projeto pode otimizar as áreas, como melhorar as condições de segurança. Principal ponto que motiva as pessoas a se mudarem para condomínios fechados. Segundo pesquisa do Secovi-SP este número beira os 80%.
“A portaria do condomínio não deve ficar próxima à calçada e o acesso ao porteiro deve ser feito apenas por interfone”, cita o membro do setor de condomínios do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi).


VALESKA MATHEUS

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