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A vez dos pré-fabricados

Economia na obra Sistemas pré-moldados começam a se popularizar no Brasil para imóveis comerciais e residenciais.


Uma nova linha de construção começa a aparecer no mercado imobiliário. Os chamados sistemas pré-fabricados de construção, antes usados por indústrias para criação de seus galpões, agora começam a ser utilizados em prédios comerciais e até mesmo residenciais. Antes das obras, o projeto prevê tudo que a construção vai precisar e fabrica as peças que vão formar o novo imóvel. Assim, os pedreiros não precisam levantar paredes e fazer estruturas —isso tudo já vem pronto e só é necessário encaixar as peças.


Segundo o presidente da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP), Roberto Maestrello, os sistemas pré-fabricados economizam dinheiro e tempo. “As obras costumam jogar fora cerca de 30% dos materiais utilizados. Com os sistemas, praticamente não há entulho. Isso barateia muito a obra”, disse. Maestrello acredita que o uso desse sistema de construção deve aumentar devido à economia e a prefeição durante a execução. “Ainda há muito preconceito, em Ribeirão são poucas obras que usam o sistema. Mas a eficiência do pré-fabricado deve ir mudando essa cultura.”


O diretor administrativo financeiro do Grupo Santa Emília, Rui Flávio Barra Guião, conta que a empresa optou pelo uso do sistema na construção da nova loja da Toyota. “Usando o modelo convencional iríamos demorar 15 meses para construir a loja. Com o pré-moldado baixamos esse prazo para 12 meses”, disse. Guião ressalta que o canteiro de obras fica mais limpo e que há economia na mão-de-obra. “O sistema de tubulação, escoamento de água e eletricidade já vem todo pronto dentro das paredes”, afirmou.


Se bem planejada, a obra pode começar mesmo sem a pré-fabricação estar pronta. “Enquanto é feita a fundação do terreno, a industria fabrica as peças”, contou o arquiteto e urbanista Eduardo Salata. O transporte das peças passa a ser uma etapa muito importante. “É necessário um gasto maior em transporte, pois os caminhões trazem todas as peças e nem chegam a descarregar, os guindastes já vão às encaixando no terreno”, afirmou o arquiteto.


Indústria investe pouco


Apesar de vantagens como barateamento, agilidade e redução de entulhos, os sistemas pré-fabricados ainda não são o foco da indústria nacional. Para o presidente da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, Roberto Maestrello, o setor ainda está no começo da criação de uma cadeia produtiva. “Nos EUA e Europa os sistemas já são usados há mais de 50 anos”, disse.


Maestrello acredita que com investimentos da indústria, a produção nacional de sistemas pré-fabricados tende a melhorar e atingir uma parcela maior do mercado. “Com mais especialização da indústria, mais barato vai ficar o pré-fabricado", contou. O arquiteto e urbanista Eduardo Salata concorda que ainda há poucos investimentos da indústria nessa área. “Esse modelo seria perfeito para construção de condomínios e edifícios, algo que está em alta em Ribeirão. Ele é bom também para obras públicas, que precisam cumprir prazos”, disse. (RV)

 


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