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Aluguel: procura sobe e desconto some

Quem procura um imóvel para alugar em São Paulo tem tido mais dificuldade para conseguir descontos na hora de negociar o valor. Isso é o que mostra pesquisa do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci) feita em novembro, último mês com dados divulgados.


Descontos obtidos na hora de alugar oscilam durante todo o ano (Foto: Tiago Queiroz/AE)

Descontos obtidos na hora de alugar oscilam durante todo o ano (Foto: Tiago Queiroz/AE)



Nas zonas A e B, mais nobres da cidade e que engloba Higienópolis, Perdizes, Vila Mariana e Paraíso, há casos em que não houve nenhum abatimento no preço naquele mês. Nas outras zonas da cidade, ele atingiu no máximo 9%, valor obtido na Zona E, que inclui Itaim Paulista e Campo Limpo, por exemplo. Na Zona C, que abrange bairros como Lapa e Barra Funda, o desconto foi de 5% e, na Zona D (Belém, Centro, Liberdade), de 6,66%.


“Os descontos são regulados pela oferta e a procura. Como o mercado está aquecido e faltam unidades para alugar, pode indicar que muitas pessoas se submeteram aos preços impostos pelos donos do imóvel em regiões mais procuradas”, explica José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP.


Há cinco anos a consultora Priscila Damasceno, 30 anos, conseguiu um desconto de R$ 50 ao alugar um apartamento de um dormitório no Brooklin. Para isso, se propôs a antecipar ao menos três parcelas do pagamento. Em dezembro, na renegociação do contrato, a dona do imóvel quis aumentar o valor em 30% .


“A queda da inflação não foi considerada. Sei que o preço está abaixo do que é pedido hoje no mercado, mas consegui convencê-la a mantê-lo. Caso contrário, teria que procurar um apartamento mais barato em outra região.”


Os descontos obtidos na hora de alugar oscilam durante todo o ano por causa de interferências sazonais. Itens como melhorias realizadas no bairro e índices de emprego podem aumentar a procura, e também os preços.


Roseli Hernandes, gerente de locação da administradora Lello, afirma que é comum no mercado dar desconto, em geral de até 10%, apenas em troca de benefícios, como reformas no local. “Diante desse cenário de disputa de poucos imóveis, é muito difícil negociar preços”, diz Roseli. “Quanto menor o apartamento, menor o desconto, pois um abatimento de R$ 50 pode representar 5% do valor. Eles são mais fáceis em locações de imóveis maiores.”


Para Roseli, a tendência é que os preços do aluguel continuem a subir este mês, com a procura maior por estudantes.


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