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Condomínios chegam às classes B e C .

Valeska Mateus


J.F.PIMENTA/ESPECIAL Condomínios chegam às classes B e C SEGURO Cunha, morador em condomínio no Ribeirão Verde: melhorias valorizaram imóveis em 50%

A busca pela segurança de morar em condomínios fechados não se restringe às classes média e alta. Em Ribeirão Preto, há condomínios residenciais que tornam o sonho desse tipo de moradia possível às classes de baixa renda. E construtoras investem nesse nicho de mercado.
Os equipamentos de lazer, a localização, a área útil e o padrão de acabamento das casas são pontos determinantes no valor desses imóveis.
Construídos em várias zonas da cidades, há casas que se assemelham a conjuntos habitacionais, residências padrão e geminadas às que são construídas com projetos personalizados e de alto padrão.
Os valores vão de R$ 50 mil a R$ 1 milhão, atendendo a todas as faixas de público.
“É um reflexo direto da busca por segurança, do resgate do modo de vida antigo em que havia um interação entre os moradores dos bairros. O condomínio tenta propiciar isso e já se tornou alvo de todas as classes sociais”, avalia Mário Celso de Camargo, diretor de uma construtora que trabalha com empreendimentos voltados para as classes de baixa renda.
Segundo o diretor regional do SindusCon-SP, José Batista Ferreira, os condomínios de padrão econômico começaram a surgir em 1993 depois da regulamentação da Lei Complementar 100, de 92, que liberou a extensão dos lotes.

Privilégio
“Houve um movimento para alteração da Lei Municipal 3346 de 77, que determinava que só eram permitidos condomínios com casas de terrenos a partir de 400 metros quadrados. A Lei privilegiava apenas as classes altas”, conta.
“Um dos primeiros condomínios a surgir no padrão classe média foi o Vila de Fiori, na região da City Ribeirão”.
De acordo com ele, é evidente a tendência das famílias privilegiarem este tipo de moradia. É um processo irreversível por conta da insegurança.
“A topografia plana da região, que facilita a implantação de casas térreas, é outro fator que estimula o crescimento deste tipo de empreendimento em Ribeirão Preto”, afirma.

Valor que cabe no bolso
Camargo ressalta que o sucesso de vendagem de empreendimentos para essa faixa é oferecer as características de um condomínio com o valor de comercialização que caiba dentro do bolso.
“Uma moradia ideal elevaria muito o custo do imóvel e da prestação. Isso excluiria o acesso de uma grande faixa da população”, avalia.
Construir condomínios com o mínimo de equipamentos de lazer, mas com as áreas já destinadas para que os moradores possam depois investir dentro das suas possibilidades, trabalhar com plantas que possibilitem a ampliação da residência, já prevendo a evolução econômica do morador são os focos da construtora.
Para Camargo, as classe C e D já adquiriram uma nova visão de mercado.
“Há uma preocupação com a segurança, com o status da moradia em condomínio e com a valorização que esse tipo de empreendimento tem no mercado imobiliário”, analisa.


Casa no Ribeirão Verde já valorizou 50%
Há seis anos, o recepcionista Ricardo Sérgio da Cunha decidiu investir os R$ 30 mil que dispunha em uma casa num condomínio no bairro Ribeirão Verde.
Nesse período os moradores conseguiram construir com a verba da taxa de condomínio um playground e quiosque para churrasco.
“Houve uma valorização de 50% do imóvel, agora as casas valem entre R$ 50 e R$ 70 mil”, comenta.
Para Cunha, é uma alternativa para quem não tem condições de comprar uma casa num residencial de alto padrão e busca a tranqüilidade e segurança de um condomínio fechado.
Nas zonas Leste e Sul da cidade empreendimentos do tipo suprem a classe média com residências padrões, que variam de 67 m² a 130m², e vão de R$ 100 a R$ 215 mil.
Como o Condomínio Campos do Jordão, no Jardim Interlagos, em que as casas de dois e três dormitórios custam R$ 110 mil e R$ 130 mil, respectivamente.

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