Um dos principais desafios é controlar a quantidade de luz natural que vai incidir sobre os ambientes. Em pequenas doses, a luz solar costuma funcionar como um ótimo remédio contra o aparecimento de fungos e mofo. Mas a incidência direta do sol durante muitas horas também pode aquecer demais a residência e trazer uma série de inconvenientes, alerta o arquiteto, consultor e professor de Conforto Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Nelson Solano.
Da mesma forma que a má iluminação pode prejudicar a visão e causar dor de cabeça, a luz excessiva pode provocar cansaço visual e dificultar a realização de tarefas rotineiras em casa. "O melhor é tirar proveito do sol da manhã, que é mais fraco e menos quente, e evitar a ensolação da tarde", aconselha o Solano.
Janelas amplas e paredes de vidro podem ajudar a aumentar a luminosidade, mas Solano avisa que é importante usar elementos que ajudem a sombrear o ambiente, como pérgulas, toldos, beirais, terraços e varandas. Outra solução é trabalhar com luz difusa, sem a incidência direta do sol nos ambientes. Segundo o arquiteto, o efeito pode ser conseguido com a utilização de vidros difusores, encontrados em lojas especializadas. A escolha de vidros que filtrem a radiação solar também é importante, já que os raios ultravioleta atuam na despigmentação das cores dos tecidos e podem manchar sofás e cortinas.
Brises - O diretor da Câmara de Arquitetos e professor de Conforto Ambiental da Faculdade de Belas Artes, Antônio Macedo Filho, lembra que outras medidas podem ser adotadas para diminuir a ensolação. Uma alternativa é a instalação de brises (quebra- sóis), espécies de chapas instaladas na fachada para reduzir a incidência direta do sol.
O próprio posicionamento do imóvel no terreno interfere diretamente na iluminação, explica Macedo. Segundo ele, as fachadas direcionadas para o norte e para o sul não recebem luz solar direta e, portanto, não necessitam de nenhum cuidado especial. O problema maior são as paredes voltadas para o leste e oeste, que pegam o sol baixo e precisam de proteção contra a radiação direta. "Árvores plantadas ao redor da casa e telhados com o beiral maior podem ser uma boa solução."
O arquiteto e light designer Alexandre Giovannetti, do escritório Luz Urbana, lembra que uma opção pouco utilizada para aproveitamento da luz natural é a instalação de domos de acrílico. As peças são vendidas em lojas de material de construção e podem ser colocadas na laje ou mesmo no telhado para iluminar ambientes escuros da casa, como lavabos e closets.
Outro cuidado é o correto dimensionamento das janelas, que devem ter seu tamanho calculado de acordo com a área total do ambiente. O problema, avisa Giovannetti, é que a maior parte dos fabricantes oferece caixilhos em tamanhos padronizados e muitas vezes inadequados para as características de alguns imóveis. A solução pode ser a compra de modelos feitos sob encomenda. "Não adianta olhar só o lado estético e do preço na hora de comprar o caixilho."
Serviço - Câmara de Arquitetos: (0--11) 3868-3090 / Luz Urbana: (0--11) 5571-2928