Rio de Janeiro - Em 12 meses contados de janeiro de 2009 a janeiro de 2010, os imóveis usados estiveram entre os campeões de investimento, com rentabilidade superior à de muitas aplicações financeiras, especialmente as de renda fixa.
Casas e apartamentos de todos os tamanhos e em vários bairros apresentaram alta no valor de venda, segundo levantamento do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi Rio). Apesar de as unidades menores terem mais liquidez, os preços das de três e quatro quartos explodiram em 2009, depois de um período de estagnação. Segundo a pesquisa, o valor de um quatro-quartos em Ipanema subiu 126,63%. No Flamengo, a alta foi de 79,04% e, no Leblon, de 62,45%. Já os três-quartos foram o destaque da Tijuca, com alta de 66,91%, de São Cristóvão, com 68,93%, e de Botafogo, com 52,50%.
“Os imóveis de 3 e 4 quartos tiveram uma valorização maior, o que não quer dizer que eles sejam a melhor opção de investimento, pois os de 1 e 2 quartos têm maior liquidez. São imóveis que giram mais rápido, pois um número maior de pessoas tem condições de comprar ou alugar esse imóvel. E a rentabilidade, tanto na venda como no aluguel, é maior”, explica o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider, ressaltando que as moradias de 1 e 2 quartos já vinham tendo excessiva valorização nos últimos anos e as unidades maiores não haviam acompanhado. Por isso, agora, os preços saltaram - Além disso, com mais crédito na praça, muita gente aproveitou para trocar seu imóvel menor por um maior, aumentando a demanda.
Os imóveis de um quarto se destacaram principalmente em Copacabana, Jacarepaguá, na Barra da Tijuca, no Centro e, também, no Flamengo. Copacabana teve a maior variação do quarto-e-sala, com alta de 48,08%. Na Barra e em Jacarepaguá, o valor das unidades de um quarto subiram 36,81% e 43,83%, respectivamente. No Centro, este tipo de imóvel teve valorização de 32,52% e, no Flamengo, de 44,82%. Já as moradias de dois quartos tiveram maior alta na Tijuca, com preços 81,95% superiores que um ano antes. Leblon, Gávea, Copacabana, Botafogo e Méier também tiveram altas representativas.
Em 2009, ano que a Selic começou em 13,75% anuais, os fundos DI, que acompanham a taxa básica, tiveram rentabilidade de 10,21% sem descontar o Imposto de Renda (IR). Considerando um tributo de 20% (para quem investe por seis meses a um ano), a rentabilidade cairia para cerca de 8,17%, podendo ser bem menor, a depender da taxa de administração cobrada pelo fundo.
A expectativa para 2010, segundo Schneider, é de valorização de alguns trechos da Barra da Tijuca - especialmente dos imóveis próximos à Avenida Abelardo Bueno, onde será o Centro Metropolitano do Bairro - e de bairros da Zona Norte, como Méier, Del Castilho e Vila da Penha. O vice-presidente também sustenta que, no Centro, os imóveis corporativos serão uma ótima opção de investimento em 2010.
O Globo 19/02/10