Não há modelo econométrico no mundo capaz de determinar, com exatidão, qual a melhor opção de investimento para quem deseja aplicar parte de seu dinheiro. E essa não é uma má notícia. Existe um sem número de alternativas, nos mais diversos segmentos, que se configuram mais ou menos atraente conforme o perfil do investidor, suas necessidades e volume de recursos disponível. Ainda que o mercado ofereça uma série de oportunidades, o sucesso do investidor depende de uma conjunção de fatores, dentre os quais tem peso expressivo a sua intuição pessoal. Dois aspectos, entretanto, são fundamentais: informação e acompanhamento adequado. Nesse sentido, é possível obter rentabilidade em qualquer segmento, seja apostando no mercado financeiro, ações em bolsa, ouro, gado, dólar, imóveis ou mesmo com a diversificação dos investimentos. A vantagem dessas operações será maior ou menor em razão da capacidade do investidor em saber o momento ideal de agir, aplicando, resgatando, comprando ou vendendo. O setor imobiliário oferece um sem número de alternativas ao investidor, e pode sim ser tão ou mais atrativo que o mercado financeiro, ainda que pesem as altas taxas de juros. Como, no médio prazo, os juros básicos da economia nacional tendem a cair, é provável que o investidor brasileiro volte seus olhos novamente ao mercado de imóveis, sobretudo nas grandes capitais. Apostar no investimento em imóveis para locação demanda, como em qualquer outro ramo, prudência, análise de risco e conhecimento de causa. Os cadernos de economia e finanças dos grandes jornais nos trazem, diariamente, exemplos de como um investidor deve agir para auferir lucros expressivos através de aplicações seguras. Com a mesma cautela devem proceder os proprietários de imóveis. Hoje, cerca de 50% das locações vigentes em São Paulo são administradas diretamente pelo proprietário. Situação no mínimo preocupante em comparação com outros mercados de investimento, como aplicações bancárias e dólar, em que a figura do agente intermediador está sempre presente, prestando a devida orientação. A rentabilidade do aluguel de dois imóveis com características similares na capital paulista pode oscilar entre 0,5% e 1,2% sobre o valor de venda da unidade. Isso sem contarmos que o imóvel costuma valorizar ao longo dos anos, conforme o desenvolvimento da região onde estiver localizado. Portanto, além do devido cuidado na aquisição da unidade, conforme o perfil da região e o destino que se queira dar à locação do imóvel - residencial ou comercial - é fundamental adotar-se medidas para preservar o patrimônio, especialmente sob os pontos de vista da conservação e dos encargos que um imóvel alugado gera. O primeiro passo, antes mesmo do fechamento do negócio, é solicitar uma vistoria completa e minuciosa do imóvel, com fotos, que deve ser repetida no momento da entrega das chaves. Esse procedimento é fundamental para indicar possíveis reparos que o inquilino tenha de fazer na unidade, ou mesmo para verificar se eventuais obras de melhoria que o proprietário se comprometeu a realizar foram de fato cumpridas. Além disso, o locador deve estar atento ao recolhimento de uma série de encargos, como IPTU, água, luz, condomínio e taxa de lixo, cujos boletos são emitidos em nome do proprietário do imóvel, mas que em geral são pagos pelo inquilino. A falta de acompanhamento adequado em relação ao pagamento dessas despesas pode trazer sérios transtornos ao locador, durante e ao término da locação. Há, ainda, inúmeros outros detalhes sobre o investimento imobiliário, como, por exemplo, a incidência de Imposto de Renda sobre os valores de aluguéis recebidos. Dessa forma, o imóvel só representará efetivamente um porto seguro se os investidores estiverem respaldados pela devida assessoria técnica especializada. José Roberto de Toledo Empresário, diretor da Lello Intermediadora de Negócios |