Sozinho, paredão não resolve o problema
Não basta levantar o muro, tem de fiscalizar. Essa é a máxima recomendada por especialistas em segurança para quem pretende ter uma casa segura. O local que requer mais atenção é o portão.
"A vulnerabilidade da casa se concentra nas entradas e nas saídas. Nesses pontos, a iluminação de segurança é muito importante", aponta o consultor José Vicente da Silva Filho.
Câmeras de vídeo, cães, cercas e alarmes que detectam invasões e "pedem" socorro a uma central de segurança são exemplos de sistemas ostensivos que repelem a ação de bandidos oportunistas.
Um arranjo que combine alarme e circuito de TV ajuda a monitorar o que se passa do lado de fora e a chamar ajuda especializada em momentos de perigo.
"É um bom sistema de proteção e custa a partir de R$ 150", afirma Fabrício de Araújo Sacchi, 44, presidente da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança).
Para os mais temerosos, há recursos como a blindagem das paredes e o acesso à casa por identificação de impressões digitais.
Hábitos seguros
Mas, para chegar a um esquema efetivo de proteção, é importante adicionar aos equipamentos de segurança algumas alterações nos procedimentos da casa.
O primeiro deles é ter funcionários e vizinhos confiáveis. "Em 95% dos casos de crimes, a informação que chega aos bandidos sobre os hábitos dos moradores parte de dentro de casa", alerta Benny Zolondez, diretor da Icat Global. "Nem sempre é má intenção, e sim falta de preparo, porque o bandido faz amizade com porteiros, seguranças e empregadas domésticas."
Além da discrição, Zolondez recomenda preparo para agir em caso de abordagem. "Memorize diferentes rotas para fugir e para chegar ao hospital mais próximo. Ajuda muito na hora do perigo."
A dona-de-casa Denise de Morais, 55, aposta na política da boa vizinhança. Mora há 16 anos em uma casa de muro baixo e nunca foi assaltada. "Não mexemos com ninguém, falo com todo mundo na rua. Se alguém vem me pedir comida, eu dou."
Os vizinhos também viraram aliados da empresária Janine Saponara. "Conversei com os comerciantes locais para eles me avisarem se perceberem alguém de olho na minha casa. Em troca, compro produtos deles."