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Para bancos, renda baixa e medo do futuro prejudicam crédito imobiliário.

O CMN (Conselho Monetário Nacional) editou neste ano uma série de resoluções que incentivam os bancos a ampliar a concessão de crédito imobiliário. Pela última resolução, os bancos estão obrigados a expandir em 50% a contratação de crédito para a habitação neste segundo semestre.

Para a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), a meta é "exagerada", já que no ano passado o setor emprestou R$ 3 bilhões para a habitação, atingindo assim o melhor desempenho da década.

O diretor de operações da Nossa Caixa, Natalino Gazonato, disse que os principais empecilhos para o cumprimento dessa meta são o baixo poder aquisitivo da população e a queda da confiança do consumidor. "A renda do consumidor ainda está deprimida, o que inviabiliza a contratação de crédito [imobiliário]."

Segundo ele, o temor em relação ao futuro também pode afetar negativamente o desempenho dos bancos no cumprimento das metas de crédito imobiliário. É que os contratos dessa área podem chegar aos 20 anos. "O mutuário tem medo de se comprometer por tanto tempo com um empréstimo desses."

Além disso, Gazonato afirmou que faltam produtos no mercado, ou seja, imóveis para as classes média e baixa. É que as novas regras do CMN incentivas os bancos a financiar imóveis com valores inferiores a R$ 150 mil e juros anuais de até 9%.

"Faltam produtos no mercado para atender as exigências, principalmente imóveis para as camadas mais pobres, que concentram a maior parte do déficit habitacional."
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