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Imóveis residenciais subiram 26% em 2011, mas alta dos preços já perde ritmo

Em dezembro, o preço do metro quadrado dos apartamentos subiu 1,1%, segundo o índice FipeZap; pico foi em abril, com alta de 2,7%. 


Os preços dos imóveis residenciais subiram em média 26% em 2011, porém o ritmo de alta é cadente desde maio. A informação é do índice FipeZap, que acompanha o valor médio do metro quadrado de apartamentos prontos em seis capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Fortaleza) e no Distrito Federal. Em dezembro, a alta foi de 1,1%, a menor do ano, após um pico de 2,7% em abril.


A desaceleração no ritmo de alta fez com que os preços acumulassem variação de 10,2% no segundo semestre, ante taxa de 14,6% na primeira metade do ano.


Para o economista Eduardo Zylberstajn, coordenador do FipeZap, a atividade econômica mais fraca no segundo semestre é um dos principais fatores que ajudam a explicar o movimento dos preços no período.


No início do ano, segundo ele, o mercado era favorável à elevação dos preços, diante do crescimento da demanda, sustentado por uma combinação de crédito fácil, aumento de renda e de confiança na economia.


"A desaceleração da atividade econômica, já no segundo semestre, inibiu um pouco a confiança do brasileiro, o que fez reduzir a procura por imóvel", afirma Zylberstajn.


Além disso, o economista ressalta que no movimento de alta nos últimos meses tinha sido tão expressiva que os preços atingiram níveis que começaram a ficar complicados para uma parcela importante da população.


"É natural que o mercado busque um novo nível", diz o coordenador do FipeZap.


A grande questão, segundo ele, é quando esse movimento de acomodação vai terminar. "Os preços podem caminhar para mais alguns meses de desaceleração e ficarem relativamente estáveis ou subirem um pouquinho", observa. "Ou pode ocorrer uma virada e os preços caminharem para alguma correção para baixo."


Contudo, Zylberstajn não arrisca nenhum palpite: "Qualquer previsão quanto a isso, não é economia, e sim bruxaria", diz o economista, bem humorado.


Em dezembro, os preços dos imóveis residenciais em São Paulo tiveram aumento médio de 1,4%, a menor taxa desde maio de 2010, e fecharam o ano passado com valorização de 27%.


Já no Rio de Janeiro, o aumento médio dos preços em dezembro ficou em 1,1%. Foi a primeira vez desde junho de 2009 que a capital fluminense registrou alta mensal menor que a de São Paulo. No entanto, o Rio fechou o ano com alta de 35% no preço médio do metro quadrado de apartamentos.


No Distrito Federal, os preços recuaram 0,2% em dezembro, a primeira queda na capital do País desde o início da série, em 2008. Recife foi a única capital a apresentar alta superior a 2% no preço do metro quadrado em dezembro, de 2,4%.


Entre as sete regiões pesquisadas, o preço médio do metro quadrado dos apartamentos em dezembro variou de R$ 7.919, em Salvador, a R$ 7,919, no Distrito Federal.


Na capital paulista, o preço médio do metro quadrado foi de R$ 6.066, enquanto no Rio de Janeiro chegou a R$ 7.421. Em Belo Horizonte, foi de R$ 4.619; Recife, R$ 4.666 e Fortaleza R$ 4.277. Na média das seis capitais e do Distrito Federal, o valor ficou em R$ 6.185.


O índice FipeZap é feito em conjunto pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo e pelo Zip Imóveis. O índice refere-se aos preços ofertados e se baseia no banco de anúncio de imóveis do Zap, com cerca de 200 mil registros mensais.


"Em qualquer país do mundo, construir um índice de preços de imóveis é um grande desafio, principalmente por causa da dificuldade em se obter dados confiáveis", diz Zylberstajn. "No Brasil, esse desafio era ainda maior. "Os registros e os cartórios de imóveis não têm bancos de dados públicos, e mesmo que tivessem, sabe-se que muitas escrituras não refletem os valores de fato transacionados."


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